sábado, 20 de fevereiro de 2010

Quando a gente pára?

Da onde vem a perfeição? Da onde vem o ideal? Ou até mesmo o equilíbrio? Como podemos propagar e nos projetar para algo que não sabemos ao certo o que é?

Alguém nos disse o que é certo ou errado? Alguém nos mostrou o caminho? A trilha certa? As atitudes corretas? As palavras precisas? Acho que não estava por aqui, se isso aconteceu.

Andamos para um lugar invisível. Invisível aos olhos da razão. Tentamos concretizar aquilo o que nos parece o ideal. Mas até que ponto? Onde está este ideal? Novamente, se alguém tiver escutado em algum momento as instruções, me conte, porque eu estou sem o manual.

Não há regras ou regulamento. Tudo tem que ser ao nosso achar o que é melhor. Ao nosso achar que deve ser assim. Vai saber quem a gente está escutando. Nossa cabeça, coração, mente, instinto? Algo nos move, mesmo que por muitas vezes a gente não consiga chegar a uma ridícula conclusão do que seja. Simplesmente andamos como marionetes do nosso próprio pensar. Andamos como marionetes para o que a gente pensa ser a vida perfeita. Até chegar outra e se mostrar mais perfeita do que a que já tínhamos, e assim consequentemente.

Bom sinal, essas pessoas não são conformadas. Mas (sim, lá vem mais perguntas), qual é hora de parar? Continuar? Apertar o foda-se? Ou o botão vermelho de alerta total? Isso acaba um dia? Alcançamos a perfeição?

Mas talvez essa seja a mágica de tudo isso aqui. A dispensa da previsão que nos faz querer ver com é, como vai ser, quando é e sempre questionar se uma coisa é melhor do que a outra. Como se houvesse uma insistente competição entre tudo o que a gente pensasse para chegarmos à felicidade que, no final das contas, é o que puxa as cordas destes marionetes aqui tentando empurrá-los para um sonho realizado, para um emprego melhor, para uma casa maior ou simplesmente para uma boa roda de amigos que rendem boas risadas.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estrela

Ontem, uma estrela tentou falar. Ela tentou pronunciar alguma palavra, travar um diálogo na esperança de orientar mais do que o leste, oeste ou norte. Ela dançou no escuro da noite como se desdenhasse de toda a seriedade com que levamos a vida.

Junto com as outras, ela tenta ali em cima, como se quase insistentemente, falar. Gritar. Para que alguém aqui em baixo, ouça e comece a dançar no ritmo das estrelas. Não no ritmo maluco do asfalto, da correria, mas no ritmo do escuro. Como se ele num tivesse hora certa para amanhecer. Fosse simplesmente uma troca totalmente programada, mas não premeditada ou ansiada em momento algum. Algo que simplesmente tem que acontecer.

Afinal, tem coisas que os ponteiros sabem fazer melhor que as mãos. Tem coisas que os minutos sabem acalentar melhor do que palavras. E não há ser humano ou sabedoria humana que sobressaia ao poder do tempo. Ao compassado tictac do relógio que aos poucos vai ouvindo aquela estrela e colocando-o no lugar no qual sempre pertenceu.