quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mente que nos mente

(voltando às divagações)

Por que será que ele não atende? Nossa, preciso fazer minhas unhas. Olha, que linda! Acho que vou falar com ela amanhã, vou tentar. Será que consigo este emprego? Num quero saber de nada...Olhos, gestos, pequenos movimentos. Tudo entrega o que está na mente. Nossa mente se acha. Acha que pode mexer com tudo, cavucar nossas idéias, soltar nossa imaginação e fuder todos os nossos pensamentos, fazer a gente ganhar o dia, ou simplesmente acabar com ele. Quando a gente menos percebe.

Sentada no ônibus, percebo, numa fração de segundo, como talvez terá sido o dia daquele senhor sentando minha frente que boceja a cada 30 segundos ou daquela garota que aflita olha o celular, disca, desiste e roi a unha. Olha, disca, desiste e roi. Como numa sequência louca que resolveria seu problema em alguma circunstância. Será que eles também imaginam o que estou pensando ou estão ocupados demais com seus próprios pensamentos? Talvez seja só uma mania da observadora compulsiva que sou. Mas que a mente é algo a ser estudado, olhado e observado, sim. Isto é sim.

Já repararam no poder impressionante que a mente tem de prisão? De nos prender a tal problema, de nos deixar matutando o dia inteiro até chegar de noite encostarmos a cabeça no travesseiro e perceber: Porra, pensei o dia inteiro e não cheguei a nenhuma conclusão útil sobre o assunto! A única coisa que concluo são mais loucuras, mais problemas derivados do problema que vai dar mais errado se eu não fizer nada.

Isso quando não piramos com algo que ninguém falou, você não viu, não leu, mas insiste que em algum momento vai acontecer e quando isso for, você precisa estar pronto. A mente encasqueta que você deveria arranjar uma solução para aquilo ou simplesmente gosta de exercer, de forma sadomasoquista, um teste de sua força para lidar com uma suposta dor – mesmo que a sua vida esteja repleta de alegria.

A mente tem um poder impressionante. Anda sozinha. Age sem nossa permissão. E quando percebemos estamos sentado no ônibus, delirando imaginando como foram os dias das outras pessoas sentadas ao seu lado, na sua frente, atrás de você...Ou simplesmente estamos pensando...Pensando...Sempre como ajeitar os problemas que ainda nem temos. Quanto desperdício de tempo!

2012 – uma odisséia no mundo maia

(Mais uma pra MyWave)

A América eles dominaram por sete séculos, mas a discussão eles ocupam até hoje; cálculos malucos, previsões certas e muito mais que coincidência na sétima profecia maia

Proclamação. Proferir. Professar. Professor. Prognóstico. Progressão. Progresso. Projeção. Promessa. Promissor. Pronunciamento. Provável. Profecia. Estranho como as palavras se ligam (qualquer dúvida, procure no dicionário). Quase tão estranho quanto como esta profecia proclama uma projeção promissora de um progresso já pronunciado em outras proclamações. Ok, vamos parar com o jogo maluco de palavras e vamos ao jogo maluco do tempo que fundamenta uma das profecias que mais tem chamado a atenção, e vai ganhar até filme este ano: a profecia maia de 2012.

A profecia maia é um ciclo astronômico de 5.125 anos gregorianos - medida do nosso calendário. Isso quer dizer que a Terra a cada 5.125 anos termina seu ciclo. É a chamada Conta Longa, que se iniciou em 11 de agosto de 3113 a.C. e terminará em 21 de dezembro de 2012, quando, segundo as escrituras e história maias, algo muito grave vai acontecer. Mas cuidado: não confunda este “muito grave” com fim do mundo e outras previsões à la mãe Diná que estouram o mundo em mil pedacinhos. O novo ciclo indica simplesmente que a Terra do jeito que conhecemos deixará de existir.

O Livro Sagrado Maia diz: "Ao final do último Katun (1992-2012) haverá um tempo em que estarão imersos na escuridão, mas logo virão os homens do Sol trazendo o sinal futuro". Nem parece tão ruim assim, né?! No andar da carruagem, algumas mudanças poderiam até fazer bem aos seres humanos. Mas quais seriam ao certo estas mudanças?

Eis aí uma das grandes incógnitas desta profecia. Infelizmente, os detalhes ficaram perdidos nos milhares de anos que nos separam desta civilização e nos documentos destruídos pelo tempo ou propositalmente. “Os padres católicos queimaram todos os códices maias (placas feitas de fibras vegetais onde escreviam), no século XVI, por ordem de Dom Diego de Landa, bispo do Yucatán”, explica o autor do livro 2012 A Profecia Maia, Alberto Beuttenmüller. Muitos dos livros foram destruídos por motivos militares, para quebrar o ânimo dos nativos e facilitar a conquista do povo maia pelos espanhóis mais adiante.

O que se conseguiu apurar nos resquícios desta comunidade, que outrora dominou a América Central, foi o alerta para mudanças do planeta e do sol. No dia 11 de dezembro de 2012, a Terra estará alinhada com o Sol e com o centro da nossa galáxia, a Via Láctea, onde existe o famoso buraco negro. Isso só acontece a cada 26 mil anos.

Alguns cientistas defendem que este alinhamento com o buraco supermassivo levará a uma mudança do campo magnético terrestre que desencadeará tsunamis, vulcões, terremotos, entre outros desastres naturais. No dia 11 de agosto de 3113 a.C., os maias fixaram o nascimento do "Quinto Sol" – era atual – com final para 2012, onde entra o “Sexto Sol”. Será como uma inversão nos pólos terrestres. “As pessoas que estão morrendo devido a fenômenos como enchentes e terremotos já são as vítimas fatais do ciclo. E para elas o mundo acabou...”, completa Beuttenmüller ao defender o fim em doses homeopáticas. Medo.

Na internet, já podemos encontrar até mapas de como ficará o quebra-cabeça dos continentes após esta mudança magnética. A Europa e a América do Norte iriam milhares de quilômetros em direção ao Norte e seus climas se tornariam polares. E numa projeção ainda mais pessimista, a Terra em certo ponto pararia e inverteria o sentido de sua rotação. Já imaginou as conseqüências disso? O que era quente virar frio, noite virar dia, e por aí vai.

Os códices também falam da aparição de um cometa que poderia se chocar com o nosso lar doce lar – Terra. Mas o tal Planeta X ou Nibiru não aparece em momento algum. Estas duas lendas aparecem normalmente em teorias e projeções espirituais, e não científicas. O Planeta X (letra que representa a dúvida matemática) seria um corpo celeste do sistema solar localizado depois de Netuno. O boato começou quando astrônomos observaram irregularidades na órbita de Netuno e em outros gases no espaço. Mas, com novas missões espaciais, que não detectaram nenhuma forte atração gravitacional, a hipótese foi rejeitada.

Outro historia da carochinha seria o Nibiru. Provindo da cultura suméria, o planeta apareceu pela primeira vez em uma escritura babilônica sobre a criação e fim do universo e dos humanos. Segundo os sumérios, na formação do sistema solar, Nibiru foi atraído pelo Sol e se chocou com outro planeta que deu origem à Terra. Agora, Nibiru vagaria lentamente pelo espaço e estaria se aproximando da Terra no ano de...? Adivinhe! 2012!

“Os sumérios deixaram nas suas tábuas de escrita que o Nibiru irá passar próximo à Terra e criará o caos, mas tudo depende de bons tradutores. Alguns espertos estão querendo ganhar dinheiro com um fim do mundo que não existe”, defende Alberto.

Mais uma coincidência ou não, depende até que ponto a matéria já te convenceu e mudou seus planos para daqui a três anos. O planeta passa por mudanças climáticas, certo? Uma das mais abruptas que interrogam cientistas até hoje é a Era do Gelo. Na Sibéria, foram encontrados mamutes congelados em perfeito estado de conservação, em pé e com capim na boca. Isto é, houve uma queda instantânea de temperatura, cerca 100 graus negativos em questão de minutos.

Esta mudança repentina aconteceria em períodos de milhares de anos e teria ocorrido pela última vez na era congelante, por volta de 10.000 a 12.000 anos atrás. Assim, a Terra está passando pelo fim de um ciclo de 11.500 anos que será fechado com uma nova glaciação no ano de...? Chute! 2012!

Os 20 anos anteriores ao primeiro dia do "Sexto Sol", também descritos no livro sagrado, já nos permite tirar algumas conclusões. O último Katum, ciclo menor, teve início logo após um eclipse do Sol, que eles previram/calcularam para o dia 11 de julho de 1991 e que realmente aconteceu. Medo de novo. Após sete anos do início do Katum começaria uma era de escuridão e de desastres. Será? Confira os acontecimentos de 1999:

- 7 de agosto: terremoto de 5.9°, na escala Richer, na Grécia, com 218 mortos
- 8 de agosto: inundações catastróficas na China com milhares de mortos
- 17 de agosto: terremoto de 7.4º na Turquia com 15.000 mortos
- 20 de agosto: terremoto de 7.6º em Taiwan, com 2.000 mortos
- 22 de agosto: cadeia de terremotos entre 2º e 5.2º em todo o planeta. Um terremoto em Oaxaca (México), seguido de grandes incêndios devidos a explosões de gás com mais de 100 mortos
- 10 de outubro as chuvas produziram 300 mortos e 500.000 afetados também no México

Agora, deixando as desgraças, ressaltando a parte espiritual da coisa, o alinhamento de 2012 seria uma oportunidade para recebermos um alto nível de energia para elevarmos o nível da energia vital interna. Isso nos aliviaria da depressão, sofrimento e instituiria a paz interior em nossos corpos. A 7º profecia maia diz que a compreensão e aceitação deste processo de evolução levarão ao crescimento espiritual através da harmonia. Uau...

Os maias acreditavam que o ser humano é composto por 3 corpos: o físico, o astral (mental) e o espiritual. O corpo físico é temporal, formado de matéria em constante transformação organizada e animada pelo espírito. O astral ou mental, também temporal, encontra-se numa dimensão superior. Ele concentra as experiências adquiridas na vida presente, o ego e a personalidade. Por último, e nas dimensões mais altas, o corpo espiritual armazena de maneira permanente a experiência compreendida em cada vida. Em 2012, você poderá equilibrar estes três corpos e ganhar uma elevação ultra mega super blaster para esta e próximas vidas.

Lost?

Os maias tinham a concepção de que tempo e espaço tratam-se de uma só coisa e que flui não linearmente, como na convenção européia ocidental, mas circularmente, isto é, em ciclos repetitivos. Você achava que LOST era inovador? Bem-vindo o mundo maia!

O conceito chama-se Najt e é representado por uma espiral. Conhecendo o passado seria possível transportar as ocorrências para idêntico dia do ciclo futuro e os acontecimentos se repetiriam o que nos permite prever o futuro e exercer poder sobre ele. Tanto é que a adivinhação era a mais importante função da religião maia – prova disso é que a palavra usada para designar seus sacerdotes significava guardião dos dias. Quando nascia uma criança, os maias a apresentava aos sacerdotes que, em função do dia do nascimento, adivinhavam a futura personalidade da criança, seus traços marcantes, suas propensões, habilidades e dificuldades.

A observação da repetição cíclica das estações do ano e seus eventos climáticos, sincronizada à repetição do curso dos astros é que inspirou os maias à criação de seus calendários.

Escritor e estudante da cultura maia, Alberto, explica a obsessão desta antiga civilização por calendários. “Os maias foram grandes astrônomos e matemáticos. Tudo indica que eles criaram mais de 30 calendários. Esses cálculos de ciclos da Terra era uma de suas paixões”.

Eles estabeleceram um dia zero, que segundo os cientistas corresponde a 12 de agosto de 3113 a.C. Não se sabe o que aconteceu, mas provavelmente esta se trata de uma data mítica. A partir deste dia, os ciclos se repetiam. Podiam acontecer coisas diferentes nas datas anteriores de cada período, mas cada seqüência era exatamente igual à outra, passada ou futura. Por isso, os livros sagrados dos maias eram simultaneamente textos de história e de predição do futuro. Na perspectiva maia, passado, presente e futuro estão em uma mesma dimensão.

Apesar de não realizar as correções e trabalhando o ano com 365 dias fixos, como o ano bissexto, o calendário maia conta um erro anual de apenas 37 centésimos de segundo com relação ao ano solar verdadeiro, enquanto o nosso calendário gregoriano apresenta um erro anual de aproximadamente 26 segundos em relação ao ano solar.

Entenda os maias

Em 1517, o explorador espanhol Francisco Hernández de Córdoba chegou ao norte da península de Yucatán, perto da atual cidade mexicana de Cancun, com 110 homens, em três navios. A expedição de Hernández encontrou três grandes cidades, todas habitadas por um povo desconhecido dos espanhóis. A descoberta dos maias estava oficialmente feita. Eles já haviam entrado em declínio quando os espanhóis chegaram na América Central.

Hoje, os arqueólogos se esforçam para criar um retrato fiel da civilização que, por sete séculos, foi uma das mais desenvolvidas do Ocidente. Em 2004, encontraram na Guatemala indícios de estátuas criadas por este povo por volta de 1500 a.C. Nos 700 anos seguintes, levantaram El Petén, ainda na Guatemala, e se expandiram para o oeste, sudoeste e norte. Surgiram Palenque, Copán e Piedras Negras, entre outras 40 cidades - que ficavam no território que hoje alcança os atuais México, Belize e El Salvador, cerca de 325 mil quilômetros quadrados.

Nenhuma cidade tinha controle sobre a outra, mas as maiores e mais poderosas usavam o poder militar para conseguir os melhores acordos comerciais. Essa era uma organização política muito frágil e pouco estável. É por isso que, apesar de terem em comum a língua, os hábitos e a religião, eles nunca foram um único império. Esta estrutura política pode ter acelerado a decadência dos maias. Os achados arqueológicos indicam que, a partir do ano 900, suas principais cidades foram abandonadas.

Entre os séculos 10 e 12, os maias ainda registraram um período de renascimento, mas, a partir de 1441, isso foi por água abaixo ainda mais com a invasão espanhola. O título de grande civilização foi passado de vez para os astecas.

Mas, hoje, 6 milhões de pessoas que vivem em Yucatán e na Guatemala são consideradas maias. Eles falam 25 dialetos e vivem da mesma forma que seus antepassados que previram uma das mais famosas previsões atuais, eclipses, calendários, mudanças solares e terrestres, roteiro de um filme e a teoria de uma das séries mais assistidas. É...depois, a gente acha os astronautas da NASA e o autor de LOST inteligentes.

Corram! Ou cuidem do mundo!

(ok, vou fugir um pouco do que coloquei aqui, mas vou colocar algumas matérias que escrevi e que gosto - não deixam de ser divagações, principalmente nessas para a Revista MyWave, na qual tenho liberdade de pirar na batatinha)

As previsões ambientais não são das melhores. Mas como ainda não vendem territórios na Lua e você tem que ficar por aqui mesmo, saiba como a coisa vai estar daqui uns anos


Derretimento das geleiras. Grandes tempestades. Furacões. Enchentes. Queimadas sem controle. Extinção de milhares de animais. Fim da biodiversidade. Escassez de água. Disseminação de doenças. E calor; muito calor. Não, isso não é mais um roteiro de um filme hollywoodiano do tipo o mundo vai acabar, corram e esperem o galã te salvar. Aqui, no mundo que efeitos especiais não resultam em Oscar, e sim em destruição, não há Tom Cruise, Will Smith ou Spielberg que consiga reverter o caminho em que o mundo anda. Só cerca de seis bilhões de pessoas podem fazer isso (e talvez): os habitantes deste pobre mundo consumido.

Não é preciso ser nenhum estudioso para perceber que as coisas estão meio de pernas para o ar. Mudanças climáticas pelo aquecimento global, efeito estufa, uso desenfreado da biodiversidade e desperdício de água. Todas essas ações provocarão nos próximos 60 anos, nas melhores estimativas, seríssimos problemas. “Quando a temperatura sobe, eu tenho mudanças climáticas. Se eu mexo com a água, tenho escassez no futuro. Se eu mexo com as florestas, eu acabo com a biodiversidade. São vários corredores e todos indo para um único ponto. O planeta caminha para colapso ambiental”, diz o professor do Departamento de Ciências do Ambiente da PUC, Paulo Roberto Moraes.

Confira hoje na telinha

É. Alguma coisa diferente está acontecendo. E o planeta já está se cansando de nos avisar. No Brasil mesmo, mudanças podem ser vistas. Enchente no Norte e seca no Sul? Desabrigados pelas cheias em Santa Catarina? Furacões no Brasil? Ué, mas Deus não era brasileiro??? Então, o resto do mundo deve estar fudido.

Atualmente, uma das melhores representações é a tão falada gripe suína, gripe A, gripe H1N1, enfim. Seja qual for o nome usado, a realidade é que a doença já apresenta 5.265 casos confirmados e 61 mortes, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) do dia 12 de maio. Isso num período de três semanas, desde sua identificação no dia 24 de abril. Agora, você acha que isso é só uma coincidência? Que é normal? Ou seria mais um aviso do nosso planeta?

Por um lado, a tecnologia ajuda na pesquisa para cura e identificação rápida do vírus, por outro, a globalização contribui fielmente para a fácil disseminação do influenza. Afinal de contas, qual era a facilidade que se tinha antigamente para se viajar até os EUA ou pro Canadá? Hoje, homens de negócio fazem bate e volta nesses países. Superpopulação, consumo excessivo e até a diminuição de florestas influenciam a expansão de doenças – com no caso dos vírus de florestas. Um dos exemplos mais destrutivos, e sem resposta, é o ebola, epidemia que atinge a África. Aliás, na África, tirando os poucos países turísticos modificados pelos e para os gringos, a maioria concentra baixa tecnologia, péssimo saneamento, raros atendimento de saúde e alta população. Modernos fatores propícios para a disseminação de doenças. A AIDS no continente é mais que um bom exemplo disso.

Segundo o professor Moraes, esta é justamente uma das piores conseqüências do tratamento que damos ao planeta. As pandemias. “A água não vai subir da noite pro dia. A gente pode se mudar, por exemplo. Agora, a gente está subestimando o processo da gripe suína. As pandemias se espalham muito rápido e é preciso agir rapidamente. O problema é justamente a escala”.

Cabe mais um?

O aumento acelerado da população mundial, e consequentemente seu consumo, é o principal responsável pelos desastres que ameaçam a vida na Terra. Efeito estufa, extinção de espécies animais e vegetais, buraco na camada de ozônio e principalmente o esgotamento dos recursos naturais estão na ficha criminal da superpopulação terrestre. “É como preparar um Buffet para 100 pessoas e chegar na hora vir 500. Vai faltar estrutura para atender todo mundo”, compara o professor da PUC.

O consumo da nossa população assola diversas áreas. Talvez a mais preocupante seja a da alimentação. “Segundo alguns modelos matemáticos, poderemos culminar na diminuição da produção agrícola, com sérios comprometimentos nos estoques de alimento do planeta”, diz Eliana. Só pra calcular o estrago, por ano, a população chinesa aumenta em cerca de 15 milhões de pessoas. Assim, em alguns anos, a China precisará de 300 milhões de toneladas de grãos por ano para alimentar a população – o que equivale à soma de todas as exportações de grãos do mundo.

Por mais que robôs, máquinas e modernos fertilizantes aumentem a produtividade de terrenos agrícolas, a extensão destas áreas é inevitável, chegando às florestas, que convertidas em pastos ou plantações, deixarão de exercer o trabalho de equilibrar o clima por meio da oxigenação. O uso de fertilizantes sintéticos também modifica cada vez mais o solo, o que agrava mais um dos nossos futuros problemas: escassez de água potável. Os lençóis freáticos, que poderiam renovar nossa quantidade de água, hoje sofrem com a poluição de fertilizantes, no campo, e com o não abastecimento pelas águas da chuva, na cidade, por conta da impermeabilização causada pelo asfalto. Além disso, a nossa velocidade do consumo é bem maior que o tempo de recuperação dos mananciais.

Outra vítima dos seres humanos, mas não menos prejudicada, são os ecossistemas- conjunto de formas de vida que tornam o mundo habitável. Pois é, vimos tantos filmes em que a Terra não é mais habitável que estamos tentando fazer o mesmo. A ação humana isolou os ecossistemas naturais. Cercamos florestas, regiões ribeirinhas, vegetações típicas e biomas. Sem ter para onde ir, essas formas de vida simplesmente deixarão de existir, em uma perda da biodiversidade. Calcula-se que a espécie humana se apropria de 50% do potencial da produtividade do conjunto dos ecossistemas. Ah, e pesquisas mostram também que a concentração de gás carbônico na atmosfera e o crescimento populacional são diretamente proporcionais.

Como se vê não só ambientalistas têm a responsabilidade de mudar o mundo, mesmo quando as previsões são ambientais. Uma política pública de natalidade já adiantaria bastante o nosso lado, juntamente com uma nova estrutura econômica – a economia ecológica (veja o conceito em boxe separado). Porém, com a redução da natalidade, os governos não conseguiriam pagar aposentadoria à crescente população idosa e os sistemas previdenciários entrariam em colapso.
39º de febre

Além do inchaço populacional, e como causa deste também, um dos fatores das mudanças que vimos hoje é o aquecimento global. Sem dúvida, o planeta está esquentando e óbvio que isso muda algumas coisas. A grosso modo, coloque um vaso de planta direto no Sol durante algumas horas e depois coloque na geladeira. E depois no Sol. E depois na geladeira. Não há ser vivo que não sofra com mudanças de temperatura. Se não morrer, ele vai sofrer sérias adaptações para sobreviver, como já definiu Darwin lá atrás na história da biologia.

Há mais ou menos duas décadas, o aquecimento global saiu dos círculos acadêmicos para ganhar as rodas de conversa. O ponto para disparar de vez a falação foi em 2007 com a divulgação do quarto relatório do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), órgão da ONU que reúne os cientistas e políticos mais cabeçudos de cerca de 100 países para analisar as mudanças climáticas.

Segundo o relatório do IPCC, no ano de 2100, a temperatura média será 1,4ºC a 5,8ºC mais alta. Na primeira hipótese, o planeta atingiria a mais alta temperatura em 1 milhão de anos, e na segunda, teríamos um aquecimento que a Terra não vivencia há 3,6 milhões de anos.

Os níveis dos oceanos subirão entre 18 centímetros e 95 centímetros, inundando áreas onde vivem cerca de 120 milhões de pessoas. Alguns fenômenos que envolvem a atmosfera e o oceano, como o El Niño, também seriam cada vez mais freqüentes e mais intensos.
O relatório ainda mostra que a maior parte do CO2 lançado na atmosfera nos últimos séculos ficará lá por mais de 100 anos, e o CFC, poluente relacionado a sprays e geladeiras, demora mais de 1 milhão de anos para se dissipar.

Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a modificação do clima é responsável por 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos casos de malária em todo o mundo, entre outras doenças. No Brasil, por exemplo, poderá ocorrer aumento de doenças, como a dengue, e riscos de epidemia nas regiões alagadas ou até mesmo em regiões planálticas.

Como já dissemos, quando acontecem mudanças, as espécies com maior capacidade de adaptação sobrevivem. Aproximadamente de 20 a 30% das espécies de animais e plantas entrarão em extinção. E no mundo humano, não basta apenas capacidade. O dinheiro vale mais. Com a mudança de regime de chuvas, por exemplo, os países mais pobres, que sobrevivem da agricultura de subsistência, sofrerão quebras de safra e consequentemente longos períodos de fome.

“É como se a Terra tivesse apresentando os primeiros sintomas de uma doença. Agora, ela está com febre, mas daqui a pouco quando atingir seu máximo de temperatura, as coisas não vão mais ter volta”, diz o professor da PUC. “Nossa relação com o planeta tem que mudar”.

Mas quem ligou o forno?

Segundo a mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente e Consultora da Fundação Rio Parnaíba, no Piauí, Eliana Morais de Abreu, o aquecimento global decorre de fatores, como o aumento na produção de gás carbônico e a consequente poluição atmosférica.

Nós lançamos CO2, CFC, metano e outros gases na atmosfera que retêm a radiação solar que normalmente seria refletida de volta ao espaço. Assim, ligamos o microondas da Terra. Antes mesmo do homem morar por aqui, esses gases já eram produzidos pela decomposição de seres mortos, vulcões e queimadas espontâneas. O problema é que estamos passando da conta. Desde a Revolução Industrial, no século XVII, a queima de combustíveis fósseis aumentou 600 vezes a emissão de CO2 na atmosfera, de 10 milhões de toneladas por ano para 6 bilhões de toneladas anuais.

Porém, há um pequeno grupo de cientistas, os céticos, que discorda da tese de que o homem seja o grande causador do aquecimento. Para eles, as alterações climáticas são comuns na história do planeta, e por causas naturais, principalmente pela atividade solar. O astro vem se aproximando do planeta, o que muda a quantidade e a distribuição da energia que o Sol emite sobre nós. “Alterações climáticas são cíclicas e sua periodicidade não se afere com o tempo humano”, declara o Mestre em Pesquisas Sociais e Estudos Populacionais, Marcos Zurita, do RJ.

Mas , o IPCC, por onde se rege a grande maioria dos pesquisadores, define que o Sol tem apenas 7% da responsabilidade pelo aquecimento em curso. “Mais de 90% das causas são de origem humana”, concorda o professor Moraes.

Os céticos caíram ainda mais no conceito, quando em 1998, o Instituto Americano do Petróleo (API), que integra as principais empresas petrolíferas, tentou bancar cientistas para falar em público sobre as “reais causas do aquecimento”. Interesse no assunto? Mmm... Em contrapartida, estes cientistas defendem que tudo não passa de uma conspiração de ONGs e ambientalistas que querem lucrar com o dinheiro governamental para ações de preservação. “De qualquer forma, as previsões catastróficas constituem-se em um alerta à sociedade e ao poder público para adotarmos tecnologias limpas e reduzir estas atividades humanas”, diz a consultora do Piauí.

Alô? Capitão Planeta? Dá pra dar uma força?

Para diminuir a emissão de gases poluentes, temos de mudar hábitos, buscar novas fontes de energia e substituir as antigas, reciclar o lixo, plantar árvores, entre outras medidas. O custo disso tudo, segundo o IPCC seria algo entre ¬US$ 78 bilhões e mais de US$ 1 trilhão por ano. Sim, é bastante. O próprio relatório do órgão reconhece que os esforços para acabar com o aquecimento global não são fáceis e devem vir acompanhados de outras políticas públicas, como saúde, educação e desenvolvimento econômico. “Somente através da adoção de políticas públicas sérias voltadas para a proteção ambiental é que formaremos cidadãos conscientes”, defende Eliana.

Porém, além de quem está sentado nas câmaras e no Senado, é preciso tirar a bunda do sofá aí de casa. O primeiro passo vem com nossas próprias atitudes cotidianas. “Hoje em dia, você já vê discussões do tema, isso é um avanço. Está se criando uma consciência, mas ainda é preciso entender melhor a função da natureza e a partir daí desenvolver um senso crítico de conservação e preservação ambiental”, explica Moraes.

Na teoria é uma coisa, mas na prática ainda há um descaso com a conservação do meio ambiente. Para o professor, a consciência é mais bem construída em países orientais, como no Japão. No Ocidente, há aquele delay em práticas modernas que visam o mundo ao invés do dinheiro que ele possa gerar. Já para Zurita, essa consciência ambiental é algo plantado na sociedade que acaba nem tendo muitos fundamentos e esquece o maior bem natural do mundo, o homem. “Não se pode levar ao homem condições para que viva plena e dignamente em detrimento de uma intocabilidade absoluta do meio, de sua esfera de contacto. Este é o mote atual!”, defende.

Por nossa culpa, as previsões são inevitáveis, mas justamente por isso caiba a nós um pedido de desculpas que fique mais nas ações do que nas palavras. É lindo e moderno ter “consciência ambiental”, mas isso não basta. A estátua da Liberdade não está segurando fogo para atearmos às florestas e nem o Cristo está de braços abertos dizendo: Venham e fodam tudo! Por isso, comece a fazer alguma coisa ou pelo menos não tenha filhos. Os poupe do mundo que vão encontrar e poupe o mundo de mais um que vai contribuir para a superpopulação.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Só por prazer

Aqui não serão encontradas notícias. Textos politicamente corretos. Ou letras que representem alguma bandeira a ser estiada em prol de algum problema social. São só divagações, desculpe.

Uma tentativa de preencher este espaço em branco com uma das coisas que me dão mais prazer: traduzir sentimentos em palavras (não só escrever). Um verbo parece muito pouco para transcrever o que faço ao pensar, parar, tocar o teclado e ler. Escrever é muito pouco. Pra mim, escrever é sempre pouco. Preciso disso como se fosse uma maneira de poder esvaziar um pouco o misto de idéia e palavras que dançam na minha cabeça quando ouço tal musica, vejo pessoas, observo uma ótima personagem na rua ou simplesmente lembro de algum importante na minha vida, nem que tenha sido por alguns minutos.

Alguns falam. Outras tocam algum instrumento. Algumas ligam para a vizinha. Muitos choram. Desabafo. Idéias. Ou simplesmente uma limpeza para organizar as coisas. Cada um tem uma válvula de escape para se desfazer daquilo que o oprime e fazer o melhor com aquilo que aprendeu em pequenos intervalos de vida. Eu escrevo. E só. Sem pretensão de adquirir milhares de leitores ou ganhar algum premio de blog. Só escrevo. Só transponho algumas coisas que penso, sinto e tenho vontade de falar (sem falar) para mim mesmo. Mas ok, pode ler também, afinal é só alguém divagando...