quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mente que nos mente

(voltando às divagações)

Por que será que ele não atende? Nossa, preciso fazer minhas unhas. Olha, que linda! Acho que vou falar com ela amanhã, vou tentar. Será que consigo este emprego? Num quero saber de nada...Olhos, gestos, pequenos movimentos. Tudo entrega o que está na mente. Nossa mente se acha. Acha que pode mexer com tudo, cavucar nossas idéias, soltar nossa imaginação e fuder todos os nossos pensamentos, fazer a gente ganhar o dia, ou simplesmente acabar com ele. Quando a gente menos percebe.

Sentada no ônibus, percebo, numa fração de segundo, como talvez terá sido o dia daquele senhor sentando minha frente que boceja a cada 30 segundos ou daquela garota que aflita olha o celular, disca, desiste e roi a unha. Olha, disca, desiste e roi. Como numa sequência louca que resolveria seu problema em alguma circunstância. Será que eles também imaginam o que estou pensando ou estão ocupados demais com seus próprios pensamentos? Talvez seja só uma mania da observadora compulsiva que sou. Mas que a mente é algo a ser estudado, olhado e observado, sim. Isto é sim.

Já repararam no poder impressionante que a mente tem de prisão? De nos prender a tal problema, de nos deixar matutando o dia inteiro até chegar de noite encostarmos a cabeça no travesseiro e perceber: Porra, pensei o dia inteiro e não cheguei a nenhuma conclusão útil sobre o assunto! A única coisa que concluo são mais loucuras, mais problemas derivados do problema que vai dar mais errado se eu não fizer nada.

Isso quando não piramos com algo que ninguém falou, você não viu, não leu, mas insiste que em algum momento vai acontecer e quando isso for, você precisa estar pronto. A mente encasqueta que você deveria arranjar uma solução para aquilo ou simplesmente gosta de exercer, de forma sadomasoquista, um teste de sua força para lidar com uma suposta dor – mesmo que a sua vida esteja repleta de alegria.

A mente tem um poder impressionante. Anda sozinha. Age sem nossa permissão. E quando percebemos estamos sentado no ônibus, delirando imaginando como foram os dias das outras pessoas sentadas ao seu lado, na sua frente, atrás de você...Ou simplesmente estamos pensando...Pensando...Sempre como ajeitar os problemas que ainda nem temos. Quanto desperdício de tempo!

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