segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estrela

Ontem, uma estrela tentou falar. Ela tentou pronunciar alguma palavra, travar um diálogo na esperança de orientar mais do que o leste, oeste ou norte. Ela dançou no escuro da noite como se desdenhasse de toda a seriedade com que levamos a vida.

Junto com as outras, ela tenta ali em cima, como se quase insistentemente, falar. Gritar. Para que alguém aqui em baixo, ouça e comece a dançar no ritmo das estrelas. Não no ritmo maluco do asfalto, da correria, mas no ritmo do escuro. Como se ele num tivesse hora certa para amanhecer. Fosse simplesmente uma troca totalmente programada, mas não premeditada ou ansiada em momento algum. Algo que simplesmente tem que acontecer.

Afinal, tem coisas que os ponteiros sabem fazer melhor que as mãos. Tem coisas que os minutos sabem acalentar melhor do que palavras. E não há ser humano ou sabedoria humana que sobressaia ao poder do tempo. Ao compassado tictac do relógio que aos poucos vai ouvindo aquela estrela e colocando-o no lugar no qual sempre pertenceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário